gramíneas forrageiras do gênero brachiaria

4 
ESPÉCIES
  
4.1
4.2
4.3
4.4
4.5
4.6
4.7
4.8
4.9
4.10
4.11
Brachiaria purpurascens 
Brachiaria brizantha 
Brachiaria dictyoneura 
Brachiaria humidicola 
Brachiaria ruziziensis 
Brachiaria radicans 
Brachiaria extensa 
Brachiaria plantaginea 
Brachiaria decumbens 
Brachiaria dura 
Brachiaria milliformis
 
4.1 Brachiaria purpurascens (Forsk) Stapf (anterior: Brachiaria mutica)  

Segundo Bogdan (1977), foi inicialmente classificada como Panicum muticum (Forsk), posteriormente Panicum purpurascens (Raddi) e também Panicum barbinode (Trin), Brachiaria mutica (Forsk) Stapf e atualmente B. purpurascens (Henr. Blumea), segundo Leitão Filho (1972). 
  
Também conhecida vulgarmente como "Para grass", "Mauritius grass", "Angola grass", capim angola e capim bengo. 
 

 
FIG. 2. Características morfológicas de Brachiaria purpurascens. 
Fonte: Sendulsky (1977)  

Segundo Sendulsky (1977) é uma espécie perene, nativa da África e provavelmente introduzida no Brasil há mais de 100 anos. De acordo com Bogdan (1977), no volume nº 9 da "Flora da África Tropical", Stapf afirma que a B.purpurascensem é aparentemente nativa na América do Sul e no oeste da África. Entretanto Parsons (1972) citado por Bogdan (1977) afirma que foi introduzida de forma acidental na América, partindo da África e estabelecendo-se no Brasil, onde foi citada já em 1820. Espalhou-se então para outras partes da Améríca onde naturalizou. 

A B. purpurascens é um dos poucos pastos tropicais cultivados em larga escala em fazendas, e em alguns países, especialmente nos trópicos da América do Sul e Central, tornou-se uma gramínea de considerável importância econômica. O cultivo em larga escala tem sido registrado também na Austrália, Fiji, Filipinas, Porto Rico, Cuba e oeste úmido da Rodésia. 

Esta larga dispersão pode ser explicada pela facilidade de propagação vegetativa, vigor competitivo, altas produções e boa qualidade de forragem. A B. purpurascens forma colônias, que boiam na correnteza em vales estacionalmente inundados e pode suportar alagamento por longo tempo, mas não pode ser cultivada com sucesso em solos secos e áreas semi-áridas. É portanto adequada para cultivo nos trópicos úmidos, sub-trópicos e áreas úmidas ou solo irrigado (Bogdan 1977). 

Apresenta colmos floríferos de 2 a 6 m de comprimento, prostrados, com muitos nós, que enraizam, formando densa cobertura. Os nós apresentam-se densamente pilosos, com pelos brancos. As folhas são glabras ou ocasionalmente levemente pilosas, linear e lanceoladas com 100-300 mm de comprimento e 8-20 mm de largura.  

Inflorescência em panícula com 10 a 20 racemos, sendo os racemos basais geralmente ramificados com 250 a 150 mm de comprimento. Espiguetas 3-4 mm de comprimento, glabras, em duas fileiras, e se uma espigueta for séssil e a outra sobre um pedicelo, aparece em 4 fileiras. A gluma inferior apresenta 1/3 a 1/2 do comprimento da espigueta. O flósculo fértil tem aproximadamente 3 mm de comprimento. A pálea apresenta-se amarela quando a semente está madura (Bogdan 1977; Sendulsky 1977). 
 
4.2 Brachiaria brizantha (Hochst.) Stapf  

Ocorre em toda a África Tropical, sob uma precipitação anual acima de 800 mm, principalmente em campos onde os arbustos foram eliminados. Esta espécie tem sido cultivada experimentalmente com moderado sucesso, no leste e oeste da África, Madagascar, Sri-Lanka, Austrália, Fiji, Suriname. É propagada por sementes. 
  
Nos lugares de origem a Brachiaria brizantha varia consideravelmente e podem ser selecionados tipos distintos. É no entanto inferior a outras espécies de Brachiaria cultivadas. A B. brizantha é uma espécie apomítica e tetraploide (2n=36) e hexaploides (2n=54) também tem sido encontrados (Bogdan 1977). 
 

 
FIG. 3. Características morfológicas de Brachiaria brizantha. 
Fonte: Sendulsky (1977) 
 
Segundo Serrão & Simão Neto (1971) esta espécie diferencia-se de B. decumbens e B. ruziziensis por ser de porte quase ereto, enraizar muito pouco nos nós, possuir folhas glabras em forma de canoa e rácemos geralmente mais longos. 

É uma espécie perene, cespitosa, com colmos eretos ou suberetos, pouco radicantes nos nós inferiores. Porte de 1 a 1,5 m de altura. Folhas glabras ou pilosas, linear lanceoladas com 50 até 400 mm de comprimento e com largura de 6-15 mm. 

Apresenta rizomas curtos, 30-50 mm de comprimento, cobertos de escamas amareladas e brilhantes. Os nós são glabros e salientes. As inflorescências são formadas por 2-12 racemos com 50-150 mm de comprimento. A ráquis apresenta geralmente cor roxa escura, com 1 mm de largura. 

As espiguetas apresentam de 4 a 6 mm de comprimento, glabras ou ligeiramente pilosas na parte apical, em duas fileiras, que no entanto parecem apenas uma fileira. A gluma inferior é largamente ovalada e abarca a espigueta em metade de seu comprimento. O flósculo fértil apresenta 4-5 mm de comprimento, com um pequeno ponto obtuso (Bogdan 1977; Sendulsky 1977). 
 

4.3 Brachiaria dictyoneura (Fi g. & De Mot Stapf)  

Segundo Bogdan (1977) a B. dictyoneura difere da B. humidicola por ser uma espécie cespitosa, enquanto que a última é fortemente estolonífera . O número de cromossomos é 2n=42 na B. dictyoneura e 2n=72 na B. humidicola. 
 

 
FIG. 4. Características morfológicas de Brachiaria dictyoneura. 
Fonte: Sendulsky (1977) 
 
É uma espécie perene, erecta, de cor avermelhada, com 1 a 2 m de altura. Apresenta estolões finos, forte s, lembrando arame e radicantes nos nós. 

Apresenta rizomas subterrâneos de dois tipos: um em forma de nódulos pequenos e compactos, e outro longo e fino, semelhante as estolões. 

Na junção da lâmina foliar com a bainha na parte exterior, há uma nítida saliência em forma de cordão ondulado, por onde as folhas velhas se destacam. As folhas dos estolões são curtas e lanceoladas, de 40-60 mm de comprimento e 8 mm de largura. 

As folhas dos ramos floríferos são mais estreitas e mais longas do que as dos estolões, com 80-150 mm de comprimento e 8-10 mm de largura. As dos ramos vegetativos, são lineares, com 300-400 mm de comprimento e 8 mm de largura, glabras de cor verde pálida e fortemente denticuladas nas margens.  

Inflorescências com racemos 2-0 mm de comprimento. Ráquis de 1 mm de largura.Espiguetas de 7 mm de comprimento, bisseriedas ao longo da ráquis. A primeira gluma é do comprimento da espigueta e apresenta nervuras longitudinais, numerosas e paralelas. O lema é estéril e esparsamente piloso (Sendulsky 1977). 

4.4 Brachiaria humidicola (Rendel) Schwnickerdt  

Também conhecida como "Creeping signal grass","Coronivia grass" ou Quicuio da Amazônia, é uma espécie indígena do leste e sudeste da África, onde ocorre em áreas relativamente úmidas, sendo exótica na Austrália e Fiji. 

 
FIG. 5. Características morfológicas de Brachiaria humidicola. 
Fonte: Sendulsky (1977) 

No ano do estabelecimento e também muitas vezes no ano seguinte, as inflorescências são numerosas, mas a semente é muito esparsa. A planta é facilmente propagada por secções das hastes ou pedaços de touceiras com raízes. Tem sido considerada uma espécie promissora na Austrália e Fiji, sendo uma das poucas gramíneas usadas em áreas úmidas, onde oferece altas produções de forragem e apresenta boa resposta ao nitrogênio. 

Segundo Serrão (1977), devido a perdas sérias causadas a pastagens de Brachiaria decumbens em 1972-73 por cigarrinhas, foi sugerida a propagação de B. humidicola por apresentar-se tolerante ao inseto na região Amazônica. A partir de 1973 a B. humidicola começou a difundir-se em larga escala nesta região, havendo tendência para substituir gradualmente a B. decumbens. Esta espécie também vem ampliando sua área plantada na região dos Cerrados. 

Apresenta um número de cromossomos 2n=72. É uma espécie perene, com hastes floríferas com mais de 500 mm e numerosos estolões, formando uma cobertura densa. Atinge normalmente 1 m de altura e os estolões são finos, de cor avermelhada, enraizando nos nós. Os rizomas apresentam-se em dois tipos: um em nódulos pequenos, compactos e outro em nódulos longos e finos, semelhantes aos estolões. 

As folhas dos estolões são curtas e lanceoladas, com 50-60 mm de comprimento e 8-10 mm de largura. As dos ramos floríferos são mais estreitas e longas do que as dos estolões, com 70-170 mm de comprimento e 6-8 mm de largura. As dos ramos vegetativos são lineares, com 300 mm de comprimento e 5 mm de largura, glabras, às vezes ligeiramente denticuladas na parte apical da folha. 

As inflorescências apresentam 2-5 racemos de 30-40 mm de comprimento. Ráquis de 1 mm de largura. Espiguetas de 5 mm de comprimento, bisseriadas ao longo da ráquis. A primeira gluma e do comprimento da espigueta e apresenta nervuras longitudinais numerosas e paralelas. O lema estéril apresenta-se piloso, e o flósculo fértil tem 4 mm de comprimento (Bogdan 1977; Sendulsky 1977). 
 
4.5 Brachiaria ruziziensis Germa i n & Evrard 

Também conhecida por "Congo signal grass", "Congo grass", "Ruzi grass" e "Kennedy Ruzi grass". Esta espécie está mais proximamente relacionada com B. decumbens, da qual difere no entanto por ser de porte maior e apresentar a gluma inferior distante do resto da espigueta. 
 

 
FIG. 6. Características morfológicas de Brachiaria ruziziensis. 
Fonte: Sendulsky (1977)

É originária da África, onde ocorre em condições úmidas e não inundáveis, tendo sido encontrada no Zaire e oeste do Kenya. Foi cultivada inicialmente no Congo (Zaire), onde junto com Setaria anceps, forma a base das pastagens cultivadas. Segundo Serrão & Simão Neto (1971) esta espécie emana um odor peculiar, semelhante ao capim gordura (Melinis minutiflora Beauv.). 

É uma espécie perene, subereta, com 1-1,5 m de altura, apresenta a base decumbente e radicante nos nós inferiores. Possui rizomas fortes, em forma de tubérculos arredondados e com até 15 mm de diâmetro. 

As folhas são lineares e lanceoladas, com 100-200 mm de comprimento e 15 mm de largura, pubescentes, verde amareladas. A inflorescência está formada por 3-6 racemos de 4-10 mm de comprimento. Ráquis largamente alada, com 4 mm de largura, geralmente de cor arroxeada. 

Espiguetas de 5 mm de comprimento, pilosas na parte apical, bisseriadas ao longo da ráquis. A gluma inferior tem 3 mm de comprimento e surge 0,5 a 1 mm abaixo do resto da espigueta. O flósculo fértil apresenta 4 mm de comprimento. 

4.6 Brachiaria radicans Napper  

No estado selvagem, a B. radicans ocorre na África tropical e tem sido encontrada na Nigéria, Cameroon, Zaire, Rwanda, Etiópia, Sudão, Uganda e Tanzânia, em locais encharcados e nas margens de lagos e rios. Nestes locais formam extensas colônias de pouca folhagem e hastes altas. Tem sido também introduzida em cultivos, sendo o tipo cultivado originárío do sudoeste da África.   
 

 
FIG. 7. Características morfológícas de Brachiaria radicans. 
Fonte: Sendulsky (1977) 
  
Joe Tanner, fazendeiro da Rhodésia trouxe a B. radicans de uma fazenda para a Marandella Grassland Research Station, onde foi cultivada como gramínea de pastagem e posteriormente introduzida em outros países da África, Guiana Francesa e Brasil. Nestes países tem sido cultiva da com razoável sucesso (Bogdan 1977). 

Espécie perene, com número de cromossomos 2n=36, hastes com 1,20 m ou mais de comprimento, subereta, fortemente radicante nos nós inferiores. As folhas são lanceoladas, de base cordiforme, com 70-150 mm de comprimento e 12-25 mm de largura, brilhante de aspecto suculento e cor verde escura. 

A inflorescência é formada por 6-12 racemos, sendo os basais de 40-80 mm de largura. As espiguetas são sub-sésseis, ovadas com 4 mm de comprimento, glabras e bisseriadas ao longo da ráquis (Bogdan 1977; Sendulsky 1977). 

Segundo Khun Neto & Groppo (1976), os nós são de cor verde amarelada, salientes, sem pelos e quando em contacto com o solo emitem raízes. As sementes são inférteis, e a ráquis é destituída de pelos. 
 
4.7 Brachiaria extensa Chase  

De acordo com Sendulsky (1977), é uma espécie anual decumbente e prostrada, com 40-70 cm de altura e radicante nos nós inferiores. As folhas, lanceoladas e glabras com 4-12 mm de comprimento e 5-12 mm de largura. 
 

 
FIG. 8. Características morfológicas de Brachiaria extensa. 
Fonte: Sendulsky (1977) 
  
As inflorescências são formadas por 2-7 racemos de 20-60 mm de comprimento. Ráquis de 2-2,5 mm de largura. Espiguetas são glabras, com 4-5 mm de comprimento, bisseriadas ao longo da ráquis. A segunda gluma e o lema estéril ultrapassam em comprimento o lema fértil apresentando nervuras transversais. 

É uma planta campestre, de solos úmidos e arenosos, distribuindo-se desde o Sul dos EUA até as áreas subtropicais da Argentina. Não é uma planta muito comum. 
 
4.8 Brachiaria plantaginea (Link) Hitch  

Também conhecida com "Marmalade grass", marmelada de cavalo, capim marmelada ou papuã, ocorre naturalmente no oeste da África Tropical, estendendo-se para o Zaire e Cameroon. Foi introduzida provavelmente de forma acidental na América do Norte e do Sul. 

 
 
FIG. 9. Características morfológicas de Brachiaria plantaginea. 
 
No Brasil, é uma gramínea comum, onde é cultivada em pequenas áreas para forragem verde, produzindo um rápido crescimento de primavera, de alto valor nutritivo. A produção de sementes é abundante, podendo atingir 670 kg/ha (Bogdan 1977). 

É uma espécie anual, decumbente, de 50-80 cm de altura e radicante nos nós inferiores. As folhas são lineares e lanceoladas, com 50-200 mm de comprimento e 10 a 15 mm de largura, glabras. A inflorescência é formada por 3-8 racemos de 30 a 100 mm de comprimento. Ráquis de 1,5-2 mm de largura. As espiguetas apresentam-se glabras de 4-5 mm de comprimento, bisseriadas ao longo da ráquis (Sendulsky 1977). 

4.9 Brachiaria decumbens Stapf  

É uma espécie perene, que ocorre de forma nativa no leste tropical da África em altitudes acima de 800 m, sob um clima moderadamente úmido, em pastagens abertas, ou em áreas com arbustos esporádicos e em solos férteis.  
    
A planta forma relvado com folhas junto ao solo e é bastante procurada pelo gado. Pode suportar uma pressão de pastejo considerável, pois em Uganda, cargas animais pesadas converteram pastagens nativas em pastagens dominadas por B. decumbens (Bogdan 1977). 

Segundo Vieira (1974), a  B. decumbens é adaptada a áreas tropicais úmidas de verão chuvoso, com estação seca não superior a quatro ou cinco meses. Whyte et al. (1962) citados por Vieira (1974), relatam que no Congo Belga é considerada uma das melhores gramíneas para pastagem, sob o nome de Brachiaria emini, em "stands" puros ou em consociações com Stylosanthes guyanensis. 
 
Da África a espécie foi intintroduzida com sucesso em outras regiões tropicais do mundo. Segundo Davies & Hutton (1967), citados por Vieira (1974), a espécie foi introduzida na Austrália em 1936, onde foi apontada como uma das mais promissoras gramíneas. 

Cresce em muitos tipos de solo, porém requer boa drenagem e condições de boa fertilidade para dar os melhores resultados. Constitui um capim ideal para o abafamento de invasoras. Segundo Vilela (1977) esta espécie requer precipitação acima de 1000 mm, tolerando secas e solos de média fertilidade. 

De acordo com Serrão & Simão Neto (1971), a primeira introdução de B. decumbens no Brasil, ocorreu no IPEAN (Instituto de Pesquisas e Experimentação Agropecuária Norte), em 1952. Segundo Vieira & Nunes (1971) citados por Vieira (1974), no Mato Grosso, a espécie tem tido considerável difusão, tendo-se destacado pelo seu bom comportamento em solos de cerrado, apresentando boas produções de massa verde e tolerância a escassez de chuvas. 

A Brachiaria decumbens é uma espécie apomítica, com número de cromossomos 2n=36 e são citados diversos cultivares. Winter et al. (1977) e Bogdan (1977) citam B. decumbens cv. Basilisk. Buller et al. (1972) citam que em 1965 foi trazido da Universidade da Flórida material vegetativo para o Brasil, de diversas espécies forrageiras, entre as quais constava B. decumbens cv. IRI 562 que foi introduzida no Pará. 

Sendulsky (1977), cita duas cultivares de B. decumbens, uma de procedência do IPEAN, e outra proveniente de sementes importadas da Austrália. 
  

    Brachiaria decumbens cv. IPEAN  

    É uma planta perene, com 30-60 cm de altura, prostrada, geniculada, radicante, emitindo raízes adventícias e brotos novos nos nós inferiores. Os rizomas apresentam-se na forma de nódulos pequenos. 

    As folhas são lanceoladas ou linear-lanceoladas, com 10-15 cm de comprimento e 15 mm de largura, macias e densamente pilosas. A inflorescência é formada por 1-5 racemos de 20-100 mm de comprimento. A ráquis apresenta 1,5 mm de largura. 

 
FIG. 10. Características morfológicas de Brachiaria decumbens cv. IPEAN. 
    As espiguetas apresentam-se ligeiramente pilosas no ápice, com 5 mm de comprimento. Mostrando-se bisseriada ao longo da ráquis. A gluma inferior apresenta 1/3 a 1/2 do comprimento da espigueta e o flósculo fértil tem 3-4 mm de comprimento. 
      
    No Estado de Goiás existem pastagens desta forrageira sob pastejo há 15 anos que mantêm-se em ótimas condições de produtividade (Empresa Goiana de Pesquisa Agropecuária, 1977). Não foram constatados casos de fotossensibilidade nestas áreas até o presente. 
  
    Brachiaria decumbens cv. Basilisk  

    Espécie perene, de 0,6-1 m de altura, subereta, geniculada em alguns dos nós inferiores e pouco radicante. Os rizomas apresentam-se em forma de nódulos pequenos. 

    As folhas são linear-lanceoladas, 150-250 mm de comprimento e 20 mm de largura, rígidas e esparsamente pilosas. A inflorescência é formada por 1-5 racemos, de 20100 mm de comprimento. Ráquis de 1,5 mm de largura. As espiguetas são ligeiramente pilosas no ápice com 5 mm de comprimento e bisseriadas ao longo da ráquis. 

 
FIG. 11. Características morfológicas de Brachiaria decumbens cv. Basilisk. 
    Avaliações de características morfológicas efetuadas no CNP-Gado de Corte em Campo Grande (MS) tem mostrado que nesta espécie, em condições de pastejo e em solo Latosolo Roxo, apresenta um número de afilhos entre 60 e 300 a uma profundidade de raízes que ultrapassa 2 m.  
      
    Estas características conferem à mesma, excelentes condições para suportar pastejo e tornam esta forrageira menos sensível a variações de umidade no solo, comuns na região do Brasil Central. 

    Esta cultivar tem sido a mais plantada na região dos cerrados, devido a abundância de sementes disponíveis no comércio, e por ser uma das poucas alternativas em termos de forrageira perene para os solos pobres desta região.  
      
    Os produtores tem relatado que estas pastagens resistem à queima e a geadas, brotando em 15-20 dias, em plena estação seca. Por outro lado também tem sido constatados efeitos de fotossensibilidade em animais com idade de 8 a 16 meses. No entanto, os produtores consideram que a remoção destes animais para pastagens de outras espécies é uma maneira simples de resolver este problema. 
      
    Outra vantagem citada é a cobertura do solo pela forrageira, o que tem redundado em menor ocorrência de invasoras e um melhor controle da erosão. 

A Empresa Goiana de Pesquisa Agropecuária (1977)  considera que existem em Goiás 120.000 ha de pastagens formadas com Brachiaria decumbens. 

4.10 Brachiaria dura Stapf  

É uma planta perene, densamente cespitosa com 70 cm ou mais de altura, com os colmos geniculados e ascendentes na base. As folhas são lineares ou  convolutas de 300 mm de comprimento. O racemo é único (raramente dois) apresentando-se ereto ou arqueado com 30-40 mm de comprimento. As espiguetas são glabras, com 4 mm de comprimento. 

Esta espécie ocorre naturalmente na África Central a 1000 m de altitude sob precipitações de 800-900 mm. É encontrada em solos arenosos de baixa fertilidade, abandonadas após cultivo onde pode ser abundante. As raízes apresentam um denso crescimento de pêlos absorventes que exudam uma substância gelatinosa que agrega grãos de areia na superfície da raiz, o que é considerado uma adaptação a solos arenosos. As plantas são muito palatáveis aos animais (Bogdan 1977). 

4.11 Brachiaria milliformis (presl) Chase  

Esta espécie ocorre naturalmente na Índia, Burma, Malásia e oeste da Austrália, sendo reputada como boa forrageira, produzindo tanto quanto a B. brizantha. 

É anual, com número de cromossomos 2n=54-66 e 72. Apresenta folhas glabras e porte de 30-50 cm de altura. A panícula consiste de 3-4 racemos com 3-4 cm de comprimento (Bogdan 1977).


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